Rute bom dia! Parabéns pelo blog. Tenho 85 anos trabalho como voluntária em um Asilo aqui na cidade de Minas Gerais, apesar da idade , sou muito lúcida. Não moro no asilo, eu tenho minha casa, minhas coisinhas.
Gosto de ir ao asilo para ajudar as minhas meninas, como as chamo. Conto histórias para elas, com fantoches também. Não tão bem como você, mas me viro. Inclusive estou a convidar para contar história aqui no asilo. Será um prazer te receber.
Por acaso tens história de beatas? Se conhecer alguma , me envie.
Deus a abençoe e a ilumine sempre!
Maria da Graça
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Fonte da imagem: GOOGLE
Seja sempre bem vinda Literatura Infantil Maria.
Amei saber que contas histórias no asilo a qual é voluntária. Tenho certeza que a senhora manipula os bonecos com maestria. Claro que eu irei conhecer e contar história no asilo aí em Minas.
Combinaremos tudo, manteremos contato. Obrigada pelo carinho.
Segue a história:
Beatas
Num lugar que ninguém sabe, pela praia ou pelo mato, pela ilha ou pela terra era uma vez um vigário. Era uma vez uma freguesia, desse vigário, era uma vez sua igreja, era vez um povo que nesse sítio morava , onde morava muitas beatas e muita gente misseira e benigna.
O vigário antes da missa, não podia descansar, e muito menos beber seu vinho do Porto, porque vinham as beatas se confessar, então, o padre não fazia outra coisa que cuidar das desobrigas daquele povo carolo.
Ai o padre pensou,pensou, pensou e chegou num resultado, que foi fazer por escrito um ror de coisas, ror esse que preparou para ler na missa de domingo, anunciou o grande proclame que foi passado boca a boca.
Quando chegou a missa a igreja lotada, o padre pi- carregou, bebeu água e leu da seguinte maneira:
-Minhas prezadas devotas, povo dessa freguesia, já estou ficando velho e cansado e não tenho tempo e sustança para tanta confissão todo dia.
Por isso que doravante vamos obedecer as seguintes disposição que eu mesmo pensei muito bem pensado e escrevi muito bem escrito, estando muito bem ajuizado:no domingo eu confesso as preguiçosas e as que não têm asseio; na segunda, as que furtam e as que mentem; na terça as que bebem; na quarta as que enganam o marido ou pecam ao contubérnio; na quinta as crocas e as maldizentes; na sexta-feira as feiticeiras, as mandingueiras e as treteiras; no sábado as comilonas e invejosas.
Quando o vigário terminou de dizer ninguém disse anda na hora, mas toda gente se olhou assim, e daquele dia em diante em dia não teve mais beata que quisesse confissão naquela freguesia e o vigário descansou á larga com seu bom vinho de missa, pé de pato mangalô três vez.
Fonte:Ribeiro, João Ubaldo, Viva Brasileiro
GrANDE bEiJo
Rute Beserra.