Contexto histórico
O Barroco no Brasil corresponde à consolidação de uma aristocracia:
- a presença cada vez mais acentuada de comerciantes estrangeiros;
- as transformações sociais, econômicas e culturais, provocadas pelas invasões francesas e holandesas;
- o apogeu e o declínio da cana-de-açúcar no Nordeste;
- a ação dos bandeirantes e a descoberta do ouro, principalmente na região de Minas Gerais;
O Barroco no Brasil
Costuma-se dar como o marco inicial do Barroco no Brasil o ano de 1601 com a publicação do poema épica “Prosopopéia”, de Bento Teixeira Pinto, e o seu final, com a publicação de “Obras”, de Cláudio Manuel da Costa, em 1768.
A poesia barroca atravessou três fases no Brasil.
1ª fase: Influencia de Camões nos poetas brasileiros. Principal representante: Bento Teixeira.
2ª fase: Começa a surgir uma poesia com características brasileiras, mas ainda continua a influência camoniana e espanhola.
Destaca-se o grupo baiano representado por Gregório de Matos Guerra, Eusébio de Matos, domingos Barbosa, etc.
3ª fase: Caracteriza-se pelo exagero e pelo aparecimento das academias literárias: Academia Brasílica dos Esquecidos, Academia dos Nobres, Academia dos Seletos, etc.
Pertencem a essa fase Manuel Botelho de Oliveira, Frei Manuel de Santa Maria Itaparica, etc.
VIDA E OBRA DE GREGÓRIO DE MATOS
Gregório de Matos (1636? a 1696)
O maior poeta barroco em Língua Portuguesa foi o baiano Gregório de Matos e Guerra – primeiro grande escritor brasileiro. Sua obra oscila do sublime ao grotesco e seu estilo combina gongorismo e conceptismo. Alguns de seus poemas são imitações de Góngora, outros são inspirados em Quevedo. Muitos são originalíssimos, na descrição bem humorada da terra brasileira, no deboche a política baiana, no uso do vocabulário indígena.Há dúvidas tanto sobre sua vida quanto sobre a real autoria de muitos poemas a ele atribuídos.
Podemos dizer como fez o escritor James Amado, que a poesia de Gregório de Matos que chegou aos nossos dias não é a obra de um homem, mas a poesia da época chamada ¨Gregório de Matos¨.
História incerta:
Há dúvidas, mas ao que parece Gregório de Matos teria nascido de família abastada em Salvador, provavelmente em 1636. Em 1651 foi para Portugal e ingressou no ano seguinte na Universidade de Coimbra, formando-se em 1661, casa-se com Micaela de Andrade e ocupa vários cargos na magistratura Portuguesa. Fica viúvo em 1678 e retorna ao Brasil em 1681. E Salvador leva uma vida desregrada, improvisando poemas acompanhando viola e satirizando os poderosos. Casa-se com Maria dos Povos e é banido, talvez em 1694, para Angola.Um ano depois volta para o Brasil, mas é impedido de regressar para Salvador, vai para o Recife onde morre em 1696.
Preservação da obra:
Gregório de Matos jamais publicou um poema em vida.Sua obra só começou a ser publicada em 1831 e só foi integralmente, ainda que com certo descuido, por James Amado em 1968. Espalhados em diversos códices, seus poemas sobreviveram graças a memória coletiva de seus admiradores baianos, que o registraram com inúmeras incorreções e prováveis alterações.
Divisão da obra:
A imensa produção de Gregório de Matos já foi classificada de diversas maneiras.Podemos dividi-la em dois grandes blocos: poesia de Circunstancia, pela qual recebeu o epíteto de ¨O boca do inferno¨ ,e poesia Lírica.
A poesia de circunstância dividi-se em:
· Sátira social e política, e poesia Erótico-irônica.Ali se enquadram os versos compostos contra os governantes da Bahia; entre os Erótico-irônicos, as composições fesceninas , pornográficas.
· Poesia Encomiástica, que reúne os textos elogiosos de Gregório de Matos a personalidades do seu tempo.Espírito aguçadamente barroco, Gregório não deixa de cortejar e ao mesmo tempo fustigar os poderosos.
A poesia Lírica divide-se em:
Amorosa, Religiosa e Reflexiva.Versa sobre a vaidade e a brevidade da vida.
Outros temas não sensíveis ao estilo barroco, não relacionados diretamente ao amor e religião.
fonte: Help Sistema de consulta interativa – técnicas de redação e literatura.
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