Literatura Infantil: Para fascinar, Contação de Histórias exige uma grande preparação!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Para fascinar, Contação de Histórias exige uma grande preparação!

Olhos bem abertos e atentos. Sorrisos, sustos, lágrimas e, de repente, uma baita gargalhada. Mais suspense, alguma indignação e a espera ansiosa pelo "viveram felizes para sempre". Presente na vida humana desde que o mundo é mundo, o ato de contar histórias há cerca de 15 anos ganhou espaço comercial no Brasil e cada vez mais livrarias, escolas e até empresas abrem as portas para esse mundo da imaginação.

Porém, conduzir o público pelas histórias nem sempre é tarefa fácil e não significa ler um livro em voz alta. "Preparação é fundamental. É preciso ensaiar e pensar como a história quer ser contada", explica a contadora de histórias profissional há mais de 15 anos Marília Tresca (http://www.wooz.org.br/contadora/historia.htm). Dentre outros recursos, a contadora faz uso de origamis, objetos e fantasias. "Na preparação penso quem será o narrador. Decido que uma história deve ser contada no ponto de vista de determinado personagem, que não é necessariamente o protagonista ou o narrador do livro original", diz.

Talvez o mais famoso contador de histórias brasileiro, Ilan Brennan (htp://www.ilan.com.br) insiste que para se tornar um contador é necessário, antes de mais nada, ser apaixonado por livros e organizar previamente o material. Na estrada há 15 anos, ele explica que, antes de se apresentar, monta um roteiro a partir das 700 histórias que estão compiladas em sua memória. "Embora faça esse tipo de atividade há bastante tempo, ainda sinto um comichão na barriga. Acho que não teria mais graça continuar sem esse nervosismo", explica.

Além da preparação, Tresca e Brennan insistem no estudo. Ambos oferecem cursos de formação para contadores de história e explicam que existem outros profissionais que prestam esse tipo de serviço com qualidade. Mesmo aqueles que querem trabalhar voluntariamente com a atividade precisam investir no treinamento. Prova disso é Associação Viva e Deixe Viver que, desde 1997, entre outras ações, trabalha com contação de histórias para crianças internadas em hospitais e para seus funcionários e voluntários exige formação.

"É um processo super longo. Durante um ano a pessoa tem que comparecer em palestras mensais sobre diversos temas que vão de formas de combater as doenças, lidar com a morte e até como utilizar determinados acessórios para áreas hospitalares específicas", explica Tresca. "Depois assistimos a um contador experiente em uma visita ao hospital e preenchemos um relatório para ser analisado. Posteriormente vem a formatura e começamos a exercer a função sozinhos", completa, lembrando que, mesmo sendo contadora experiente e com atuação profissional, também teve que passar por todo processo educativo.

Além das óbvias boas lembranças, Tresca conta que aprendeu muito nos dois anos de voluntária na associação. "Uma vez fui contar uma história para uma bebê de apenas três meses que estava inquieta e sua mãe exausta da estadia no hospital. Quando cheguei no quarto, a mãe se perguntou porquê eu contaria uma história para um nenê, mas depois de eu contar os três porquinhos, não só a criança se acalmou como ela também", lembra.

Não são só as crianças e mesmo bebês que ficam fascinados pelo mundo das narrativas. Brennan realiza mensalmente uma noite de degustação de histórias na Livraria da Vila, na cidade de São Paulo (SP). Durante a atividade, ele conta histórias eróticas de diferentes regiões do globo, acompanhadas de uma refeição especial e em alguns casos, até de dançarinas do ventre, sonoplastas e músicos.

Para os dois profissionais, contar histórias para adultos é igualmente surpreendente e as reações, embora no começo sejam mais tímidas, acabam similares às da juventude. "Os olhos brilham e eles vão se envolvendo na história, se divertem, se emocionam", explica Tresca. "Quando toca um celular em cena, incluo o aparelho na trama ou aproveito o caso Renan Calheiros dentro da narrativa", complementa Brennan, sobre as diferenças de se trabalhar com os mais velhos.

O segmento adulto abre um novo espaço no mercado. Embora o campo tradicional (em livrarias e escolas) esteja bastante saturado, a figura do contador de histórias cativa cada vez mais empresas que visam motivar ou entreter seus funcionários. Tresca lembra que já contou histórias vestida de fada para adultos de uma agência bancária. "Dá super certo, pois as histórias se relacionam com nosso inconsciente e com sentimentos e sensações que muitas vezes deixamos dormentes", conclui.

Fonte: Texto de Julia Dietrich, do Aprendiz

IMAGEM:Fonte Foto Arquivo Pessoal

7 comentários:

  1. Rute, só para constar: eu aprendo muitoooooooooo com você!!! Obrigada e obrigada por esse texto!!! Como sempre você colocando luz sobre essa verdadeira arte que é contar histórias!

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  2. Rutinha fui na sua casa a tarde, mas sua mamis, disse que vc estava dormindo.Enviei um e-mail responde ok?
    Obrigada querida pelo texto no blog. beijos

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  3. Ótimo texto! Realmente é preciso toda uma preparação, ler em voz alta é só uma leitura morta. É preciso expressão, entonação, variações para que os ouvintes entendam mais facilmente a história e não se percam no enredo.

    Boa semana, Rute! Abraços.

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  4. Bom dia Rute.. esforço que no fim das contas sempre vale muito a pena.. vc tem a arte de encantar, então que ela sempre possa se derramar de vc para os pequeninos.. beijos e até sempre moça querida

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  5. Bom dia amiga

    vc prepara tudo com tanto capricho.

    bjokas =)

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  6. É um belíssimo trabalho e um grande dom. Parabéns minha linda.
    E obrigada pelas palavras tão carinhosas lá no blog.
    Beijo grande

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  7. Contar histórias, ouvir histórias: um presente oferecido e outro recebido! Obrigada por compartilhar a reportagem. Beijos!

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